"Guimarães é hoje uma cidadezinha tranquila, de ruas estreitas, com as suas casas tão características de beiral saliente e gelosias, ainda célebre no fabrico da cutelaria, que teve nomeada em todo o país, nos tecidos de linho e no curtume dos coiros."
in Pátria Portuguesa, Livro destinado para prémio aos alunos distintos nas escolas de instrução primária, organizado por João da Câmara, Maximiliano de Azevedo e Raul Brandão, Lisboa, Ferreira & Oliveira Editores, 1906, pp. 24-25. Não assinado.
No dia 2 de junho, os alunos do 10LH4, Fabiana, José e Rui foram contar as lendas que trabalharam no âmbito do projeto "Da Penha vê-se o mar" às turmas do 1º e 3º anos, das professoras Ana Lopes e Manuela Rodrigues. Também os seus alunos partilharam as lendas trabalhadas. Destaca-se, aqui, a Lenda do cutileiro e da boa água de Guimarães. Na turma do 1º ano ficou um novo encontro agendado com o avô de uma das alunas que, orgulhosamente referiu que fora cutileiro. Obrigada Leonor.
Textos redigidos a partir da lenda
O
Cutileiro e a boa Água de Guimarães
Conta a lenda que um dia
Viajou para o Brasil
Um cutileiro anónimo
Lá dos lados de Creixomil
Foi trabalhar para uma oficina
Com a bigorna e os ponteiros
Mas faltava a boa água
A alma dos cutileiros
O mestre farto de o ouvir
Falar de água tão especial
De Guimarães mandou vir
Um barril confidencial
Começa o cutileiro a trabalhar
Numa faca bem formosa
E quando a peça vai mergulhar
Reconhece a água milagrosa
- Ou eu sonho ou a milagrosa água de
Guimarães está aqui!
Pedro Sousa, 4ºB -EB1/JI de Santa Luzia
Lenda
do Cutileiro e da Boa Água de Guimarães (reconto)
Era
uma vez um cutileiro que vivia na freguesia de Creixomil e era especialista na
arte de temperar metais. A qualidade da água de Guimarães era um dos segredos
deste ofício.
Como
tinha intenção de fazer fortuna, emigrou para o Brasil. Nada levou, apenas as
suas mãos e as imensas saudades da sua Terra Natal.
Quando
lá chegou arranjou imediatamente emprego, mas sentia uma grande diferença, pois
as características da água nada tinham a ver com aquela que estava acostumado a
trabalhar. Desta forma os seus trabalhos não tinham, para ele, a mesma
qualidade.
Ouvia-se
frequentemente o cutileiro a suspirar pela água de Guimarães.
O
patrão, já farto de o ouvir, em segredo, encomendou um barril da tal milagrosa
água da terra do saudoso homem.
Certo
dia, enquanto o cutileiro trabalhava deitou água desse barril para temperar o
ferro e o aço. Ao mergulhar os utensílios, imediatamente reconheceu a tão
desejada e famosa água que tão bem conhecia e apreciava. A partir daí os
objetos adquiriram o tempero ideal.
Esta
lenda prova a qualidade da Água de Guimarães e, ainda hoje, as empresas de
cutelaria se encontram nas proximidades dos rios.
Vários
moinhos existem em algumas das ribeiras de Guimarães e funcionaram durante
muitos anos como fábricas de cutelaria.
4ºB-EB1/JI de Santa Luzia
Lenda dos Cutileiros
Por terra de cutileiros
Guimarães é conhecida
Uma fama mundial
Justa e bem merecida
Diz a lenda que há muito tempo
Um velho cutileiro
Vivia no Miradoiro
Com o desejo de ganhar dinheiro
Emigrou para o Brasil
E levou como instrumentos
Apenas as suas mãos
E o coração com sentimentos
Chegou ao Brasil
Onde a fama era conhecida
Rápido arranjou trabalho
Para ali ganhar a vida
Ao trabalho logo se adaptou
Tentava o melhor moldar
Facas, garfos e cutelos
Para riqueza ganhar
Só que o seu trabalho
Não estava como ele queria
Faltava qualquer coisa
Mas, afinal, o que seria?
“Ai águas de Guimarães”
O mestre ficou farto de ouvir
E das terras de além-mar
Um barril de água mandou vir
O cutileiro ao trabalhar
Vê que algo está mudado
As peças saem perfeitas
O que se terá passado?
Logo ali exclama
Com toda a satisfação
Só pode ter sido a água
Vinda do berço da nação
Esta lenda
É muito antiga
Passada de boca em boca
E por todos repetida
André,
Carina e Rafael, 4º ano, Pegada
No
dia 8 de junho os alunos do 10LH4, Fabiana, José e Rui regressaram à Pegada.
Desta vez para falar da lenda dos "cutileiros e da boa água de
Guimarães". Mas foram, sobretudo, ouvir um cutileiro, o Sr. José Mendes,
avô da Leonor, da turma do 1º ano da professora Ana Lopes. Uma vez mais, uma
partilha de saberes e experiências muito enriquecedor para todos os presentes
e, claro, um orgulho para a nossa Leonor que teve o avô na sala de aula, a
contar "histórias" aos seus amigos. Muito obrigada à professora Ana
Lopes que contactou o Sr. Mendes e à mãe da Leonor, Sónia Mendes, que também
esteve presente. E, claro, um Muito Obrigada ao Sr. Mendes, um excelente e
simpático orador.
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Curiosidades
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